quarta-feira, 30 de junho de 2010

Educação e Cidadania no Rio de Janeiro

Paulo Freire afirma no seu livro Pedagogia do Oprimido que o educador-educando deve sentir uma profunda inquietação quando começa a pensar no conteúdo programático que irá “dialogar” com seus educando – educadores, pois só através dessa inconformidade com o pré estabelecido podemos construir uma educação problematizadora.
Na educação bancária a preocupação se limita ao programa que será dissertado para os alunos, meros receptores de informações escolhidas e selecionadas atendendo os anseios do professor. Ao estudante cabe ser mero espectador desse espetáculo onde o saber do mestre não deve ser questionado.
Já o educador-educando compartilha com a sua turma de forma sistematizada o conteúdo que recebeu de forma desestruturada.
No trecho do capítulo 3 intitulado “O diálogo começa na busca do conteúdo programático” o autor finaliza dizendo “Não podemos, a não ser ingenuamente, esperar resultados positivos de um programa, seja educativo num sentido mais técnico... se desrespeitarmos a particular visão do mundo que tinha o povo.”
Podemos ver como os princípios que compõe o artigo 26 da Lei de Diretrizes e Bases a nível federal e a resolução SEEduc n°4359/2009 a nível estadual encontram-se em consonância com o que é defendido por Paulo Freire na sua obra. Logo ao analisarmos a LDB, vemos que a lei estabelece que o sistema de ensino deve ser composto por uma grade curricular obrigatória e uniforme para todo o sistema, mas ressalta a importância de uma parte ser dedicada as características regionais e locais de cada região, dando ao professor liberdade de atuação e promovendo a oportunidade de se pensar e construir o conteúdo programático de acordo com a realidade e necessidade específica do público assistido.
Outro aspecto importante é a valorização da cultura africana e indígena na formação do povo brasileiro, muitas vezes relegada a segundo plano e que merece ser destacada e trabalhada com mais afinco.
Por fim verificamos que a resolução estadual foi composta de forma a ser harmoniosa com a LDB, mas traz um aspecto peculiar e importante para a formação participativa e reflexiva do aluno, a parte diversificada do componente obrigatório do currículo escolar, espaço onde a escola deve desenvolver projetos que atendam aos anseios da comunidade escolar.

Erika de Oliveira Asfora
Marco Antonio da Costa
Maria Guilhermina de Almeida Gomes
Renata Benévolo Chagas Pinto

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