terça-feira, 4 de maio de 2010

Formação continuada de professores, no desenvolvimento da cidadania.





É inegável que a estratégia de formação continuada de professores tem inúmeras contribuições no desenvolvimento desta categoria profissional, da educação em geral e da cidadania.

A formação continuada deve produzir novos conhecimentos, proporcionar a troca de diferentes saberes, repensar e refazer a ação do professor, vinculando sempre a teoria com a prática. Desta forma, torna este profissional um cidadão mais consciente de sua ação pedagógica. Como podemos observar em vários artigos da LDB/1996, a mesma, consciente desta importância, procura garantir, ao professor, o direito de formação continuada.
Art. 61º - I- a associação entre teorias e práticas, inclusive mediante a capacitação em serviço.
Art. 63º - III- programas de educação continuada para os profissionais de educação dos diversos níveis.
Art. 87º - § 3º - III- realizar programas de capacitação para todos os professores em exercício, utilizando também para isto, os recursos da educação à distância.


Através do estudo do livro “A Pedagogia do Oprimido” (Paulo Freire, 1974) percebe-se a opressão contida na sociedade e na educação. Como educadores estamos certos de que esta não é, definitivamente, uma boa proposta. O professor capacitado, isto é, com uma formação continuada realizada através de especializações, cursos, palestras, simpósios, reuniões, trocas de experiências e vivências bem sucedidas com profissionais da área, estará pronto para praticar a chamada Pedagogia da Libertação. Explicitando, assim, a conscientização para o "oprimido" transformar-se em sujeito crítico, comprometido com a ação no mundo. É a educação que necessita exercer esse papel, tão fundamental, na libertação humanitarista. O grande destaque para a superação da situação é trabalhar com a educação problematizadora, onde a realidade é inserida no contexto educacional, valorizando o diálogo, a reflexão e a criatividade, de modo a construir a libertação. O diálogo aparece como grande incentivador e o professor, preparado, atualizado, media a ação numa construção conjunta, onde o mais importante está na formação do pensar, da ação-reflexão, transformando assim os oprimidos em verdadeiros cidadãos.

O problema é que mesmo com toda esta consciência, mesmo com todo este respaldo teórico, a formação de professores ainda não cumpre seu real papel. Hoje, o que vemos é uma formação continuada focada somente na sala de aula, muitas vezes desestimulante para o professor, realizada fora da escola, na sua maioria em universidades, através de cursos de pós-graduação. Demailly (2000) nomeia este tipo de formação de “A forma escolar” ou “ A forma universitária” e Nóvoa (2002) agrupa estes dois modelos na categoria de “Modelos estruturantes”. A formação continuada que citamos como real transformadora e que de fato contribui para uma educação dedicada a cidadania estes mesmo autores, respectivamente, chamam de “A forma contratual” e “A forma interativa-reflexiva”, agrupadas na categoria de “Modelos construtivistas”.

Esta deve ser vista como um processo que não vai melhorar
apenas o trabalho do professor dentro da sala de aula. E sim um processo que formará um cidadão mais participativo e atento em relação aos problemas da sociedade. Oprofessor deixará de ser visto como apenas um repetidor de um material que não é feito por ele e passa a pensar a respeito de sua arte pedagógica, trocando experiências. Essa disseminação de saberes ajuda na
resolução de problemas diagnosticados e na sua maioria é realizada dentro da própria instituição.

Não queremos dizer, aqui, que uma forma é melhor que outra, muito pelo contrário, elas se completam. O problema é quando somente uma forma é utilizada e a outra deixada de lado. O site abaixo é o desabafo de uma profissional que se dedica, a dez anos, em cursos de formação continuada e ainda não encontrou o êxito procurado.

http://www.alb.com.br/revistas/revista_08/ret_08.asp


A estratégia de formação continuada deve possibilitar, ao professor, ter uma autonomia, ser capaz de criar novos métodos e mecanismos para uma aula interessante e mais próxima da realidade dos seus alunos. O professor pode ajudar a criar um cidadão crítico que lute pelos seus direitos, que vá para as ruas pedir um Impeachment, por exemplo, que leia e entenda o jornal, que entenda o que esta acontecendo a sua volta, criando um cidadão consciente dos seus direitos e de seus deveres. As contribuições são para todos, melhores professores, melhores diretores, melhores escolas, melhores alunos, melhores cidadãos e, num futuro, um melhor país.



Componentes do Grupo Semente - Plante Essa Idéia!:
AVANY MARIA MANHÃES MOURA REIS
LILIANE DE ANDRADE LEVY
MARCIA DE FREITAS MIGUEL
PAULA CHRISTINA FERNANDES MOREIRA DA SILVA
PAULA SCHOEMER JARDIM
ROBERTA SALGADO WEIGRATZ TAVARES

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