sexta-feira, 14 de maio de 2010

PROJETO INTERDISCIPLINAR: PROMOÇÃO DA SAÚDE E QUALIDADE DE VIDA – 2010.1




  • IDÉIA GERAL:

Com base na leitura de Paulo Freire – “Pedagogia do Oprimido” -, entreviste um profissional da educação e elabore um plano de ação buscando atender as necessidades identificadas.


Atenção: utilize apenas o modelo de formulário indicado.



Antes de mais nada o grupo deverá ler o caderno de estudos e o livro de Paulo Freire (Pedagogia do Oprimido) tendo em vista que estes são os documentos base para o desenvolvimento dos PROJETOS INTERDISCIPLINARES de todas as disciplinas do 2º período;



PLANO DE AÇÃO:


CURSO: Pedagogia
DISCIPLINA: Promoção de Saúde e Qualidade de Vida
ALUNOS(AS):
MATRÍCULA:
ATIVIDADE SUGERIDA: Entrevista com educadores.

A ENTREVISTA:



Entreviste um Supervisor ou Orientador Educacional seguindo o roteiro abaixo. Após a entrevista o grupo deverá analisar as respostas e propor um Plano de Ação abordando Saúde como tema transversal. O objetivo é contextualizar a saúde, destacando a educação como condutora da qualidade de vida das populações.



EXEMPLOS E DICAS:
Em algumas escolas, o tema saúde é abordado em feira de ciência, em peças de teatro, festivais de música, exposições, dentre outros. Exercite sua criatividade na elaboração do plano de ação/planejamento da atividade sugerida pelo grupo.

QUESTIONAMENTOS:



1. Qual o conceito de saúde adotado pela escola e professores ao trabalharem Saúde como tema Transversal?


2. De que forma a formação docente tem colaborado na Promoção da Saúde e Qualidade de Vida da Sociedade?
3. Como as novas tecnologias estão contribuindo para melhoria da qualidade de vida e consciência ética coletiva em sua escola e comunidade?
4. A inter-relação entre avanços tecnológicos e desenvolvimento social contribuiu para a melhoria da qualidade de vida produzindo realmente um “admirável mundo novo”?


Passo nº3:Atividade Sugerida: Projeto de Trabalho com Tema Transversal Saúde

CURSO: Pedagogia
DISCIPLINA: Promoção de Saúde e Qualidade de Vida
ALUNOS(AS):


MATRÍCULA:

TEMA:
O que será abordado/trabalhado pelo projeto.

ATIVIDADE EDUCACIONAL:
O que será feito?

AVALIAÇÃO/RESULTADOS ESPERADOS:
O que pode ser utilizado como referência para verificar se a proposta alcançou seus objetivos?


Bom trabalho!

quarta-feira, 5 de maio de 2010

A Formação Continuada no Desenvolvimento da Cidadania.


Quais são as possíveis contribuições das estratégias de formação continuada de professores, no desenvolvimento da cidadania desta categoria profissional?




As propostas de formação continuada para os docentes têm sido, nestes últimos anos, uma preocupação tanto para o poder público, como para pesquisadores e teóricos da educação.
Vale destacar que a proposta de formação continuada adentra o universo educacional com o objetivo de melhorar a qualidade do processo de ensino-aprendizagem nas escolas, uma vez que a escola é o local onde a maioria dos nossos alunos freqüenta na tentativa de se apropriarem de conteúdos sistematizados ao longo da história da humanidade, necessários para a sua formação e humanização, bem como subsidiar o professor para poder enfrentar, com maior segurança e competência, os desafios postos pela educação contemporânea. Na tentativa de desvendar as causas que justificam a implantação de cursos de formação continuada para os docentes, normalmente encontramos, junto às respostas proferidas pelos professores em conversas informais, uma lista de desafios que, ultimamente, têm gerado angústia nos mesmos, tais como: a falta de interesse e indisciplina dos alunos; os resultados do rendimento escolar; o índice de evasão e de repetência apresentados ao final de cada ano; os novos desafios encontrados na prática docente; as dificuldades da escola em utilizar-se da hora-atividade para a realização de grupo de estudos e para reflexão docente.
Ademais, somados às dificuldades de buscar soluções para minimizar esses problemas, a falta de interesse, de tempo, de comprometimento de muitos professores.

Defende-se o foco na formação de professores: a inicial, por meio do curso de licenciatura, e a continuada, por meio de atividades de extensão, que incluem cursos e eventos de capacitação. O princípio desse trabalho é a formação pela reflexão sobre a prática pedagógica, por meio de ações de pesquisa e extensão voltadas à mudança dessa mesma prática. Ações desenvolvidas no sentido de atender às necessidades levantadas a partir da prática do professor e, nesse sentido, orientadas por questões advindas da atividade de extensão, sendo os seus resultados alimentadores de deliberações no âmbito do ensino, da pesquisa e da própria extensão. Nessa atividade de reflexão conjunta com o professor, estabelece se um trabalho de cooperação na co-construção de recursos e estratégias de ensino a serem desenvolvidas pelo professor, incluindo a produção de materiais pedagógicos.
Diante deste contexto, acredita-se que a formação continuada realizada na escola seja uma das alternativas para a melhoria da qualidade do processo de ensino aprendizagem, pois, além de contribuir com a reflexão e a (re) organização da prática pedagógica, ela é feita a partir das necessidades e interesses da comunidade escolar. Sendo assim, atendendo aos interesses e aos problemas comuns a toda comunidade, poderá ser a formação continuada, no cotidiano da escola, um caminho mais seguro na transformação da realidade escolar.





“A educação sozinha não transforma a sociedade, sem ela tam pouco a sociedade muda”.

Paulo Freire









Aluna: Bianca Mara Cruz Pacheco

A importância do ambiente escolar e a atuação do professor formação continuada


A formação continuada de professores é um dos grandes desafios atualmente.
Tomando como base o contexto educacional brasileiro,a educação continuada centrada na escola,utilizando-se de práticas interativas e reflexivas,mostra-se como saída possível para a melhoria da qualidade do ensino,e,também,a oportunidade de resgatar a profissão de professor,tão desgastada e carente de respeito.
A escola precisa ser analisada como integrante de uma teia complexa de relações que a constituem a partir de uma determinada realidade social,e,consequentemente,o profissional da educação deverá conduzir suas reflexões críticas em função do contexto em que está inserido.Nesse sentido,a participação do docente como protagonista do processo de formação continuada é de suma importância,pois não haveria outra peça tão importante na prática educacional quanto ele,que se encontra conectado diretamante nesse processo.
A formação continuada realizada na escola, tem amparo legal na LDB 9394/96,que prevê em seu artigo 67,no parágrafo V um período reservado a estudos,planejamento e avaliação incluído na carga de trabalho.
Compreendemos que a formação continuada precisa ser um processo contínuo,permanente e integrado ao dia-a-dia dos professores e da instituição escolar.A educação escolar precisa de um profissional em constante processo da aprendizagem,um professor que pense,avalie e refaça o seu trabalho com leituras,pesquisas e troca de experiências.Por intermédio dessas ações,ele vai questionando o próprio modo de proceder,reconstruindo,permanentemente, o seu fazer pedagógico.
Consideramos que o ambiente escolar é essencial nesse processo,na medida em que a escola é um espaço pedagógico privilegiado para o ato de explorar a prática reflexiva.Portanto,uma vez que,por mais que o professor faça cursos e fundamente a sua prática pedagógica,ele deveria contar com uma rotina de funcionamento institucional que favorecesse continuamente o seu aperfeiçoamento,permitindo-lhe um exercício consciente da sua prática pedagógica avaliando e replanejando seu trabalho,porquanto seja um cidadão-profissional-educador.
No entanto,por muitas vezes,este docente fica dominado pelos problemas burocráticos,administrativos e práticos,ou seja,pelas dificuldades do dia-a-dia de uma escola.Para superar essa situação,é necessário que ele disponha,regularmente, de um tempo fora da sala de aula,em um contexto que propicie a troca de idéias sobre seu trabalho,buscando uma síntese entre a sala de aula e sua bagagem acadêmica.
A escola é o lócus privilegiado da formação continuada do docente,tendo em vista que este é profissional agente da transformação social,sujeito político comprometido com a educação.
Bibliografia
Facci,Marilda Gonçalves Dias. Valorização ou esvaziamento do trabalho do professor? SP : Autores Associados, 2004 (Coleção formação de professores).
Freire,Paulo. Pedagogia do oprimido.RJ:Paz e Terra,1987.
Martins,Ligia Márcia. A formação social da personalidade do professor. SP: Autores Associados,2007 (Coleção formação de professores)
Pacheco,José. Escola da Ponte-Formação e transformação da educação.RJ: Vozes,2008(Coleção Transições).
http://www.crmariocovas.sp.gov.br/ Philippe Perrenoud-Formação contínua e obrigatoriedade de competências na profissão de professor
http://www.revistaescola.abril.com.br/ Edição 05/2001 Formação continuada: professor se forma na escola
10/2003 Estudar faz bem à sua carreira
09/2008 Gustavo Heidrich -O papel do professor na formação continuada
Grupo Ação Educativa
Adrianna M. da Câmara Teixeira
Bruno Gawryszewski
Daniele de Oliveira Rosa
Elane de Oliveira Neves
Maria Margarida de A. Avelar

A FORMAÇÃO CONTÍNUA NA ESCOLA


"Ninguém liberta nínguém, nínguém se liberta sozinho:
Os homens se libertam comunhão".
PAULO FREIRE
Pedagogia do Oprimido


INTRODUÇÃO:

Nos dias atuais temos nos defrontado com o surgimento de várias diretrizes curriculares, avaliações externas, programas de capacitação e treinamento docente. A finalidade dessas ações tem sido excluir a categoria profissional do magistério na elaboração das políticas educacionais. Infelizmente, condições aviltantes de trabalho e baixa remuneração são escamoteadas. E como solução para "todos" os problemas da escola, as políticas neoliberais vêm sugerindo como medida a ser implementada, a simples formação docente, concebendo o magistério como simples executor e reprodutor de tais programas. Para construção de um novo cenário, faz-se necessário a elaboração de estratégias de formação contínua centradas na escola e assentadas no seu projeto político-pedagógico.

A formação continuada é tão relevante, e deve se constituir como um projeto permanente, integrado ao cotidiano da escola e dos professores. Por isso, é preciso que se instaure a necessidade de uma formação continuada para que os professores possam exercer a reflexão sobre sua práxis, num movimento de pesquisa constante, que revele elaboração e reelaboração do conhecimento, num movimento de pesquisa constante, para garantir a profissionalização de sua atividade. Dessa forma é possível atestar que a formação continuada do profissional docente é um dos elos fundamentais na reformulação do processo educacional no país.
I – A CONSTRUÇÃO DE UM CONCEITO DE FORMAÇÃO CONTINUADA:

Diante de inúmeras criticas recebida, ao longo dos anos, no que diz respeito à organização pedagógica, pesquisas sinalizaram para a necessidade da melhoria da qualidade do professor, principalmente da rede pública. Segundo Lelis, convencionou-se culpabilizar o professor pelo fracasso da escola publica (Lelis, 1992). Nascimento aponta limitações da analise desta problemática, afirmando que desta maneira desvia-se o foco dos problemas de ordem social, política e econômica, como condições materiais de trabalho do professor, baixos salários e deficiência dos cursos de formação, entre outros. Para Antônio Nóvoa a mudança educacional depende dos professores, da sua formação e das transformações pedagógicas na sala de aula. Segundo este autor, as iniciativas de formação continuada devem ser permanentemente interligadas ao cotidiano escolar.
No conceito de formação continuada, existem muitos termos que geram ambiguidades conceituais. Os termos TREINAMENTO, RECICLAGEM e CAPACITAÇÃO foram largamente utilizados. É importante refletir sobre essas terminologias (reciclagem, treinamento ou capacitação), que à primeira vista, parecem equivalentes, contudo, não são sinônimas. Estabelecer diferenças entre o "treinar", o "reciclar" e o "capacitar", não é uma simples questão semântica, pelo contrário, pois cada uma dessas palavras expressa diferentes práticas formativas e distintas intenções políticas.
O TREINAMENTO tem por objetivo de tornar um sujeito apto para realizar um trabalho. O professor deveria implementar projetos prescritos por outros, teoricamente mais aptos, do âmbito governamental, por exemplo. O termo TREINAMENTO pode ser inadequado, se a formação docente for pensada como um processo mecânico que meramente modela comportamentos Para Menezes, essa concepção de "treinar" o magistério ainda embala muitos programas de atualização pedagógica.
O termo RECICLAGEM foi largamente utilizado nos anos 80 para os cursos de atualização do magistério. A prática de reciclar significava a manipulação e a destruição para a construção de uma nova função e forma. O resultado prático dos "cursos de reciclagem" foram cursos rápidos, esporádicos e descontextualizados; e assim, a RECICLAGEM impôs a segregação entre os professores "reciclados" e aqueles que não precisavam. E por fim, a terminologia RECICLAGEM é uma palavra usada no cotidiano para se referir à modificação do "lixo", por isso não deve ser usada no contexto educacional.

A CAPACITAÇÃO foi um termo muito usado, e pode até parecer congruente com a ideia de formação continuada, considerando que a ação de capacitar no sentido de tornar capaz, habilitar, ou seja, tornar uma pessoa mais "apta" ao desempenho da sua profissão. No entanto, a terminologia CAPACITAÇÃO foi aplicada em um contexto político neoliberal, e, teve a intenção de convencimento e de persuasão dos docentes para essa linha política. A palavra CAPACITAÇÃO se mostrou inadequada para ações de formação continuada, uma vez que os profissionais da educação não devem ser persuadidos ou convencidos sobre ideias, mas sim conhecer, analisar e criticar tais ideias, para depois rejeitá-las ou aceitá-las. A iniciativas de CAPACITAÇÃO docente serão representadas por "pacotes" implementados pelas secretarias municipais e estaduais de Educação, que foram implementados de forma acrítica e falaciosa.
Para Candau, no contexto dos programas de treinamento, reciclagem e capacitação, o professor foi compreendido como um simples técnico. Assim, a atividade docente era instrumento de execução de projetos gestados em outros âmbitos. Para Giroux, os professores são tematizados para serem "objetos" (passivos) das reformas educacionais. Articula-se, assim, uma dicotomia entre teoria e prática pedagógica.
O termo FORMAÇÃO CONTINUADA, na década de 90, tornou-se recorrente devido às grandes mudanças, tais como a globalização, a revolução midiática e os novos contextos sociais, políticos e econômicos. Na aurora do século XXI, um novo paradigma de formação profissional começa a ser gestado.
II - OS MODELOS TEÓRICOS:
Com o objetivo de avançar na compreensão da questão da FORMAÇÃO CONTINUADA de professores e, consequentemente, nas suas concepções, apresentamos para análise a contribuição de Demailly. Distinguimos quatro tipos de formação:
A forma universitária: profissionais constroem e difundem de maneira personalidades saberes teóricos, numa relação pedagógica liberal; A forma formativa
contratual: contratos, comerciais ou não, cruzam-se entre si à volta da transmissão de saberes de natureza diversa; o modelo interativo reflexivo: os professores mobilizam apoios técnicos, e forma escolar: pessoas contratadas por uma instância dispondo de "violência" simbólica legítima transmitem aos formandos um conjunto de saberes.
Para Nóvoa, pensar em formação continuada de professores, implica em pensar na criação de redes de formação participada. Para o autor, a socialização e a troca de conhecimentos e experiências entre os professores parece ser um dos caminhos que oportunizam a produção de saberes reflexivos. Analisando e sintetizando os modelos teóricos, acredita ser possível agrupá-los em duas grandes categorias:
A primeira, os modelos estruturantes, que a técnica da racionalidade lógica, objetivando a transmissão de saberes. As formas universitária e escolar estão incluídas. A segunda categoria, os modelos construtivistas, nasceu de um movimento reflexivo e contextualizado para a organização dos dispositivos de formação continuada. Neste grupo estão, as formas contratual e interativo- reflexivo. Através das constatações, é possível afirmar a existência, de formas mistas de organização dos programas de formação continuada de professores. De acordo com os objetivos pretendidos, buscam-se as especificidades de cada modelo para compor uma proposta formativa. Para Antonio Nóvoa, é preciso conceber a FORMAÇÃO CONTINUADA como possibilidade de mudança educacional e redefinição da profissão docente. No vídeo a seguir, vamos assistir o próprio Antônio Nóvoa definindo a questão da formação continuada e os professores também definem o seu trabalho.


III – O DESENVOLVIMENTO PROFISSIONAL DO PROFESSOR:

O desenvolvimento profissional do professor tem por objetivo o controle das condições de trabalho no estatuto profissional e na carreira docente. Na década de 80 surgiram trabalhos sobre a formação docente, sinalizando a relevância desta temática. Nesse contexto, surgiram estudos sobre a profissionalização e/ou proletarização do magistério.

Podemos articular que o desenvolvimento profissional docente é um CONTINUUM, consolidado ao longo da vida e da carreira do professor. Para Doyle, o desenvolvimento profissional está relacionado com as condições de trabalho, autonomia, capacidade de ação individual e coletiva. Nessa trajetória o professor de valorização dos saberes dos quais o professor é portador, é articulada às referências teórico-conceituais que legitimam a profissão docente.
O desenvolvimento profissional do professor pode ser visto como uma reflexão da prática pedagógica que ele utiliza. Ou seja, o professor que é o portador do saber, deve estudar durante toda a sua carreira a fim de se aprimorar. Ele deve inovar o método de ensino, estar apto para resolver problemas que surgirão em uma sala de aula, ou no ambiente de trabalho, para por fim, melhorar o processo de ensino/aprendizagem dos alunos. A participação do professor no planejamento das aulas e nas possíveis mudanças curriculares tornam o profissional mais comprometido com a instituição de ensino e com os alunos. Uma vez que ele se sentirá mais valorizado. Além disso, o professor irá contribuir para a formação de cidadãos críticos.

IV – A FORMAÇÃO CONTINUADA CENTRADA NA ESCOLA:

Os programas de formação continuada de professores, pautados no desenvolvimento profissional, negam a concepção individualista e celular das habituais práticas de formação (capacitação, reciclagem e treinamento) e apontam para a importância da escola como lócus privilegiado para organização dessas estratégias formativas.
Defender as iniciativas de formação continuada centradas na escola, não significa conceber essa instituição "escola" como um espaço isolado dos conhecimentos produzidos em outros âmbitos, tais como as universidades. Mas, como o lugar onde se faz sistematicamente um centro de estudos, no interior da escola, com a participação de todo o corpo docente, duas vezes por mês. É dessa forma, a partir do conhecimento produzido nesses encontros, que vamos mudando e construindo nossas práticas e também nossa escola, tornando-a adequada e adaptada ao cotidiano da comunidade.
Essa reflexão coletiva tem nos desenvolvido para melhor adaptar as teorias às nossas práticas, refletimos sobre a nossas práticas, pensamos e reelaboramos em cima dessa prática. As universidades devem ser, como propõe Teodoro, sistemas de recursos para solucionar problemas surgidos no chão da escola.
A escola, nessa perspectiva é o espaço natural e privilegiado para formação continuada, que entende a indissociabilidade entre teoria e prática, que seja reflexiva, inovadora, autônoma e transformadora. Para Nóvoa é preciso valorizar professores reflexivos "que assumam a responsabilidade do seu desenvolvimento profissional, e que também participem como protagonista no desenvolvimento de políticas educativas" (in: Cavalcanti, p. 90).
Nas escolas da prefeitura do Rio de Janeiro temos a formação continuada centrada na escola, como o mencionado na apostila de Didática I (página 88 a 92). Nas escolas municipais, feitos centros de estudos sistematicamente um centro de estudos, no interior da escola, com a participação de todo o corpo docente, duas vezes por mês. É dessa forma, a partir do conhecimento teórico, vamos mudando/construindo nossas práticas e também nossa escola, tornando-a adaptada ao cotidiano da comunidade. Os centros de estudos nas escolas municipais do Rio de Janeiro servem como um bom exemplo de formação continuada centrada nas escolas.


CONCLUSÃO: DEIXANDO DE SER OBJETO PARA SER SUJEITO DAS POLÍTICAS EDUCACIONAIS
A capacitação, a reciclagem, o treinamento de professores teve muitos nomes, mas sempre tiveram por objetivos: (1) responsabilizar somente as professoras e os professores pelo fracasso escolar, desconsiderando os fatores sociais, políticos e econômicos; (2) transformar os professores e as professoras em "objetos" das reformas educacionais que vinham "de cima para baixo"; (3) a proletarização do magistério, através da alienação do produto final do seu trabalho; (4) a negação da escola como local de formação contínua.
Nesse contexto, o professor e a professora se encontram na posição de oprimidos, que tanto nos fala Paulo Freire no seu clássico a Pedagogia do Oprimido. As reformas educacionais continuam vindas "de cima para baixo", sempre autoritárias e asfixiantes. O professor e a professora eram sempre objetos a serem moldados, capacitados, treinados, reciclados...
Em mundo que se precisa educar a todos, essa fórmula autoritária que torna o docente mero objeto passivo, tem amargado grandes fracassos.
Por isso, hoje, a escola tem sido um local de construção/destruição dos paradigmas novos e velhos. E para uma verdadeira transformação do universo escolar, o magistério precisa deixar de ser objeto, e passar a ser sujeito e coautor das políticas educacionais. A formação contínua, centrada na escola, é uma condição vital para que os professores e professoras se tornem senhores do seu próprio destino, e deixem de ser meros objetos (oprimidos) e passem a serem sujeitos de suas carreiras profissionais.
Vamos terminar com o próprio Paulo Freire falando da importância daquilo que ele definiu, no calor de anos tão difíceis, de formação permanente da educadora. Paulo Freire define que as transformações não vão ocorrer vindo gabinetes, pois a escola que nós queremos se cria no mundo, na história, por cada um de nós. Um relato muito belo, especialmente, se levarmos em conta que ele foi secretário de educação da cidade de São Paulo no momento dessa entrevista.



Bibliografia:

CAVALCANTI, Flávia. Didática I. Rio de Janeiro: IAVM, 2010. Pág. 75-94. (Apostila)

FREIRE, Paulo. A Pedagogia do Oprimido. 17ª Ed. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1987.

Grupo Formação Contínua:

  • Carla Maria de Abreu Araújo;
  • Daniele Costa Santos;
  • Isabel Emília de Sousa Penedo;
  • Isabela do Nascimento Nogueira;
  • Juliana Antunes Kühner e
  • Maria Conceição Lopes da Cunha.

terça-feira, 4 de maio de 2010

Formação continuada de professores, no desenvolvimento da cidadania.





É inegável que a estratégia de formação continuada de professores tem inúmeras contribuições no desenvolvimento desta categoria profissional, da educação em geral e da cidadania.

A formação continuada deve produzir novos conhecimentos, proporcionar a troca de diferentes saberes, repensar e refazer a ação do professor, vinculando sempre a teoria com a prática. Desta forma, torna este profissional um cidadão mais consciente de sua ação pedagógica. Como podemos observar em vários artigos da LDB/1996, a mesma, consciente desta importância, procura garantir, ao professor, o direito de formação continuada.
Art. 61º - I- a associação entre teorias e práticas, inclusive mediante a capacitação em serviço.
Art. 63º - III- programas de educação continuada para os profissionais de educação dos diversos níveis.
Art. 87º - § 3º - III- realizar programas de capacitação para todos os professores em exercício, utilizando também para isto, os recursos da educação à distância.


Através do estudo do livro “A Pedagogia do Oprimido” (Paulo Freire, 1974) percebe-se a opressão contida na sociedade e na educação. Como educadores estamos certos de que esta não é, definitivamente, uma boa proposta. O professor capacitado, isto é, com uma formação continuada realizada através de especializações, cursos, palestras, simpósios, reuniões, trocas de experiências e vivências bem sucedidas com profissionais da área, estará pronto para praticar a chamada Pedagogia da Libertação. Explicitando, assim, a conscientização para o "oprimido" transformar-se em sujeito crítico, comprometido com a ação no mundo. É a educação que necessita exercer esse papel, tão fundamental, na libertação humanitarista. O grande destaque para a superação da situação é trabalhar com a educação problematizadora, onde a realidade é inserida no contexto educacional, valorizando o diálogo, a reflexão e a criatividade, de modo a construir a libertação. O diálogo aparece como grande incentivador e o professor, preparado, atualizado, media a ação numa construção conjunta, onde o mais importante está na formação do pensar, da ação-reflexão, transformando assim os oprimidos em verdadeiros cidadãos.

O problema é que mesmo com toda esta consciência, mesmo com todo este respaldo teórico, a formação de professores ainda não cumpre seu real papel. Hoje, o que vemos é uma formação continuada focada somente na sala de aula, muitas vezes desestimulante para o professor, realizada fora da escola, na sua maioria em universidades, através de cursos de pós-graduação. Demailly (2000) nomeia este tipo de formação de “A forma escolar” ou “ A forma universitária” e Nóvoa (2002) agrupa estes dois modelos na categoria de “Modelos estruturantes”. A formação continuada que citamos como real transformadora e que de fato contribui para uma educação dedicada a cidadania estes mesmo autores, respectivamente, chamam de “A forma contratual” e “A forma interativa-reflexiva”, agrupadas na categoria de “Modelos construtivistas”.

Esta deve ser vista como um processo que não vai melhorar
apenas o trabalho do professor dentro da sala de aula. E sim um processo que formará um cidadão mais participativo e atento em relação aos problemas da sociedade. Oprofessor deixará de ser visto como apenas um repetidor de um material que não é feito por ele e passa a pensar a respeito de sua arte pedagógica, trocando experiências. Essa disseminação de saberes ajuda na
resolução de problemas diagnosticados e na sua maioria é realizada dentro da própria instituição.

Não queremos dizer, aqui, que uma forma é melhor que outra, muito pelo contrário, elas se completam. O problema é quando somente uma forma é utilizada e a outra deixada de lado. O site abaixo é o desabafo de uma profissional que se dedica, a dez anos, em cursos de formação continuada e ainda não encontrou o êxito procurado.

http://www.alb.com.br/revistas/revista_08/ret_08.asp


A estratégia de formação continuada deve possibilitar, ao professor, ter uma autonomia, ser capaz de criar novos métodos e mecanismos para uma aula interessante e mais próxima da realidade dos seus alunos. O professor pode ajudar a criar um cidadão crítico que lute pelos seus direitos, que vá para as ruas pedir um Impeachment, por exemplo, que leia e entenda o jornal, que entenda o que esta acontecendo a sua volta, criando um cidadão consciente dos seus direitos e de seus deveres. As contribuições são para todos, melhores professores, melhores diretores, melhores escolas, melhores alunos, melhores cidadãos e, num futuro, um melhor país.



Componentes do Grupo Semente - Plante Essa Idéia!:
AVANY MARIA MANHÃES MOURA REIS
LILIANE DE ANDRADE LEVY
MARCIA DE FREITAS MIGUEL
PAULA CHRISTINA FERNANDES MOREIRA DA SILVA
PAULA SCHOEMER JARDIM
ROBERTA SALGADO WEIGRATZ TAVARES

Estratégias de formação continuada de professores, no desenvolvimento da cidadania desta categoria profissional


A formação de professores constitui, nos últimos anos, um dos temas emergentes no panorama da educação brasileira. Revelador desse quadro é, por exemplo, a ação do poder público – em diferentes esferas – tanto no estabelecimento de dispositivos normativos para a formação docente, quanto na elaboração de políticas e programas de formação. Boa parte dessas iniciativas parte do pressuposto de que a formação inicial não esgota a qualificação para a docência, na medida em que as práticas educativas, a realidade socioeconômica das escolas e dos alunos, o cotidiano da sala de aula, dentre outros inúmeros aspectos, desafiam constantemente o educador no enfrentamento de questões e problemas não contemplados em sua formação inicial. Mais ainda, a formação dos professores consolida-se como um processo contínuo e ininterrupto.

No entanto as políticas educacionais ainda não reconhecem as condições precárias de trabalho dos professores, que são obrigados a adotar uma carga excessiva de hora-aula em uma tentativa de suprir a defasagem salarial a que é submetido. Além disso, impõe uma formação ao profissional negando-lhes, porém a oportunidade de participar do processo de elaboração das capacitações.

A reflexão do professor sobre a importância da formação continuada em serviço, como forma de capacitação docente que poderá ajudá-lo a enfrentar, com maior segurança e competência, os desafios postos pela educação contemporânea dentro da real necessidade da escola, onde os problemas são comuns a todos que dela fazem parte. Pretende, também, levar o professor a refletir sobre a possibilidade de crescimento individual e profissional que esta formação poderá lhe proporcionar e, conseqüentemente, contribuir para a melhoria do processo de ensino-aprendizagem. Por ser esta uma opção de formação continuada que oportuniza aos educadores constituírem-se como sujeitos do próprio conhecimento, acredita-se que possa favorecer um processo de construção salientando a necessidade da participação do poder público oferecendo melhores condições de trabalho ao professor.

Para Rogers, o único homem educado é aquele que aprendeu como aprender, como adaptar-se à mudança; o homem que tenha compreendido que nenhum conhecimento é seguro, e que somente o processo de buscar o conhecimento dá uma busca para a segurança (Bordenave e Pereira, 2001:47)

Para resolver uma situação complexa, o primeiro elemento exigido é conhecer os conteúdos. (Moretto, 2001:20)

Como o mundo a educação não é estática, a educação está sempre em movimento.

Os professores devem e precisam estar sempre se atualizando para que possam realizar um bom trabalho pedagógico.

Esta formação continuada pode acontecer através de cursos de atualização, encontros, palestras, seminários, informações vinculadas aos meios de comunicação, etc.

O importante é conseguirmos levar aos educandos uma informação atualizada e de boa qualidade. Visando formar cidadãos participativos e atuantes dentro da sociedade.

Se esses estudos, e se um desejo geral de ensinar os alunos a serem pensadores ativos antes que receptores passivos de fatos, sugerem que deveria haver uma mudança maciça nos gêneros de fala empregados nas escolas, por que isso não acontece? (1999:145)


“ Grupo

Delymar Cardoso

Maria Guilhermina

Renata Benévolo

Érica Asfora

domingo, 2 de maio de 2010

Formação Continuada



A formação continuada é concebida como um processo contínuo e permanente de desenvolvimento profissional do professor, a partir do pensamento de Freire, onde a formação inicial e continuada é concebida de forma interarticulada, em que a primeira corresponde ao período de aprendizado nas instituições formadoras e a segunda diz respeito à aprendizagem dos professores que estejam no exercício da profissão, mediante ações dentro e fora das escolas.
A idéia de formação permanente no pensamento de Freire é resultado do conceito da “condição de inacabamento do ser humano e consciência desse inacabamento”. Segundo Freire (2002), o homem é um ser inconcluso e deve ser consciente de sua inconclusão, através do movimento permanente de ser mais.

No entanto, percebemos que a formação inicial dos professores já não se faz
suficiente para os novos desafios da prática docente diária. Muitos que hoje ensinam, foram formados sob outra perspectiva, onde ensinar significava transmitir informações corretas, verdades prontas, facilitando a aprendizagem dos alunos. Esses, por sua vez, repetiriam o que lhes foi transmitido.

Porém o modelo de ensino que se busca hoje é outro; busca-se o educador que seja um mediador da aprendizagem, responsável pelo desenvolvimento da cidadania criando melhores condições para o aluno construir suas representações, seus significados e não repetir apenas o que foi transmitido. Para tanto, torna-se essencial o aperfeiçoamento, a capacitação, a reciclagem do educador com a formação continuada, porém, quando nos deparamos com educadores que enfrentam tripla jornada, isso se torna quase impossível.

Todavia, percebemos o quanto a responsabilidade da escola para com os educadores é preponderante. A instituição deve construir um processo organizado que possibilite aos educadores a participação em cursos, oficinas, palestras, eventos educacionais, assim como reservar um espaço e um horário específico para o estudo. Estarão desta forma promovendo contribuições para estratégias de formação continuada de professores, no desenvolvimento da cidadania desta categoria profissional.
Certamente, desenvolveríamos incentivos e ferramentas que faz com que o educador consiga de forma equilibrada e harmoniosa do ponto de vista intelectual, emocional, social, físico e moral a formação continuada.

Na verdade a formação continuada precisa ser vista como cultura que deve ser incentivada e impulsionada pela instituição e assumida pelos educadores para uma formação humanística que valorize a ética, a solidariedade, os direitos e deveres e o amor, conquistando por fim a cidadania dos profissionais da educação e de todos que por eles se eduquem. Para tal, os cursos precisam comtemplar além da formação objetiva relacionada à competência técnica, disciplinar, contemplar o auto-conhecimento, a autonomia, o compromisso político com a própria formação como uma questão de excercício de cidadania.

Adquirindo, contudo, competências importantes para um profissional competente e comprometido com a educação, tais como: o conhecimento, o tato pedagógico, a responsabilidade profissional e o compromisso social.
Concluo a nossa participação com um trecho de um artigo da revista aprendizagem de maio com o Antonio Nóvoa, Doutor e Mestre em Ciências da Educação; Graduado em Ciências da Educação e Reitor da universidade de Lisboa:

"Hoje, a realidade da escola obriga-nos a ir além da escola. Comunicar-se como o público tornou-se uma necessidade. De acordo com o Albert jacquard: "perguntamos muitas vezes o que pode a escola dar à sociedade? e se fizéssemos a pergunta ao contrário? como pode a sociedade ajudar a escola?" pessoalidade e profissionalidade. O professor é a pessoa. E uma parte importante da pessoa é o professor."
Grupo:
Claudia gomes Ribeiro
Denise Barbosa do Nascimento
Eliane Maria Guimarães Beltrão
Monica Corrêa Rodrigues
Vania Silva Castro